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Será que vale tudo pra vender?

Atualmente, quando se discute os padrões de consumo que nossa sociedade adotou, uma questão que não podemos esquecer é o papel da publicidade na formação e manutenção desses padrões. Acho que todos vão concordar que a publicidade é uma excelente ferramenta para a divulgação de produtos e serviços às massas e também que ela representa o ponto de vista da sociedade, mas até que ponto ela não interfere na sociedade (de)formando opiniões?

Por vezes os anunciantes são acusados de propagar racismo, machismo, xenofobia, especismo e outros tipos de intolerância através de anúncios que se dizem "inocentes". Vão aí alguns tristes exemplos de como a publicidade pode ser mal empregada (para dizer pouco):

"Por que sua mãe não te lava com o sabonete Fairy?"

A mensagem do sabonete Fairy, que apresenta o espanto de uma criança loura e limpinha diante de uma criança negra e suja (por que seria diferente? (sarcasmo)) não é só coisa de século XX. O racismo publicitário e cosmético encontra seus correspondentes atuais.




A campanha da Nívea (a esquerda) custou aos fabricantes uma boa multa e muito constrangimento por sugerir que re-civilizar a um negro equivaleria a minimizar seus traços afro.


Aliás esse parece ser um infeliz consenso na indústria da "beleza" (melhor dizer: indústria da padronização da aparência exterior), quando se apresenta a Bionce com cabelos louros e alisados e uma pele clareada a Photoshop, como fez a Loreal (abaixo).

 
Misturar duas categorias diferentes de preconceito, o racismo e a xenofobia, ficou por conta das duas campanhas que seguem:

  A imagem de antes e depois da Dove, considerando a disposição da modelos, leva a entender que a mulher negra chegaria a ser branca e loura, passando antes por um tipo latino, com o uso de seus produtos.

Também a campanha da Vaseline promete clarear e tornar mais ocidental a imagem de um indiano.


O machismo da propaganda da Palmolive reafirma o estereótipo de que a mulher deveria preferir a beleza à inteligência. Ok, a propaganda é antiga, mas será que os anunciantes estão divulgando uma mensagem diferente atualmente?
Muitos homens perguntam: "Ela é bonita?" e não "Ela é inteligente?"
Acredito que a mais estarrecedora das campanhas publicitárias em cosméticos é que segue:
 
 
A Love's Baby Soft, apresenta uma criança e a mensagem: "Por que a inocência é mais sexy do que você pensa". Isso não chega a ser preconceito. É PEDOFILIA.

Mas nem tudo são pedras. A publicidade ainda pode ser criativa e acertar o alvo comunicando e (in)formando ao mesmo tempo. A propaganda abaixo não divulga nenhuma marca de maquiagem, trata-se de uma propaganda dentro de uma página de revista na Rússia e quando se levanta o cabelo que está escondendo o olho direito da modelo se vê o telefone de um disque denúncia contra agressão às mulheres. No dia seguinte a veiculação desta campanha o disque denúncia recebeu mais de 8.000 ligações.

Um comentário:

  1. Olá, tudo bem? Gostaria de encomendar sabonetes de argila!
    Muito obrigada.
    FIquem com Deus.
    patricia.carolina@uol.com.br
    Facebook: https://www.facebook.com/patriciapetis

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